domingo, fevereiro 05, 2006

A VÓS

Mexemos o passado sem olhar ao futuro, pequenas curvas teimam em lembrar o que nunca deixamos de ser,tentamos apagar, mas a matriz está lá, não foge, por muito que queiramos... e ainda bem que não foge...
Recordações vagas molham os olhos e no enxaguar cúmplice do sorriso vivemos memórias, tocamos fundo o que queremos abraçar ao deixar fugir um suspiro mais penetrante. Tentamos o recomeço que já não existe, mas ficará sempre a nuvem da saudade, que não foge nunca, que permanece em nós,para impedir que a saudade se volte a saudade.
Tudo permanece, menos o tempo (está mais frio, mais escuro) era bom que fosse permanente,não é,com ele envelhecem as memórias,envelhecem as lágrimas, não morre a saudade.
Sempre que os vejos volto aos quatro anos,queria não deixar de ter quatro anos...Tenho medo de não chegar aos quarenta....Onde quer que adormeça eles visitar-me-ão flutuarão em mim, não me deixarão...S...o que quer que seja S. a eles o devo, não só o S...tantas outras coisas...
"O que foi não volta a ser, por muito que se queira", sim, querer é poder. Hoje posso dizer que fui feliz e para hoje mais não quero....
A eles, a todos eles, não só a eles, aos verdadeiros eles, sempre meus...Obrigado

1 comentário:

Unknown disse...

yupiiii ! um texto !
Parece-me que este nunca tinha lido...
É melhor que os outros.
Tem mais idade, mais rugas, é mais sincero...
Não renuncía as origens...
Ainda que o tom frio e desesperado denuncie as marcas dos modelos de inspiração de sempre...
Gostei... mas não é o ed v...