Olho o mar com a fúria imensa das primeiras horas de uma nova vida que teima em não voltar, horizonte em curva descendente que não vejo abraçar o azul torrado da areia...
Alguém vagarosamente empurra os últimos vestígios de mais um ano da porta para a rua, sai não te quero voltar a ver, volta não te quero perder. Ondulação espumosamente branca, o último cigarro torrado também de branco, o branco que deixou a pureza lá... Atrás... Em dois mil... Algures num século onde nada de estranhamente anormal aconteceu...
Enfrento os primeiros raios de sol com dificuldade, tento fechar os olhos... Procuro o vago, vagamente vazio... Enfrento os primeiros obstáculos de mais um ano, degraus, uma voz mais alta, primeira ressaca, a antipatia que vem do outro século...
Enfim tudo continua igual, a arvore que tem o fim na estrela, ou não, diz adeus... o mar vai continuando a recuar, impedindo-me de o tocar, a areia continua dura, a caixa que Pandora já guardou volta a abrir, agarro a esperança por breves instantes...O flash do horizonte cega-me, penso em voltar a tentar conquista-lo... ao mar...
Fumaça em vidro opaco, sonhos em coração frágil, vida em céu aberto, objectos imovéis continuam imovéis, resignação perante a estagnação amovivel de uma rainha que ainda não o é... Pensamentos que voam ao ritmo das fumaças em vidro... Opaco... Claro... Crianças felizes com o toque na gélida areia torrada de neve, tremeliques matinalmente anuais... Preto da tinta, Azul do mar, amarelo do horizonte, verde da não esperança... Branco da falta que me fazes... Saudades em tons de vermelho solar... Pinturas difíceis de entender, vida demasiado complicada de viver...
Pedrogão 01/01/2006
Alguém vagarosamente empurra os últimos vestígios de mais um ano da porta para a rua, sai não te quero voltar a ver, volta não te quero perder. Ondulação espumosamente branca, o último cigarro torrado também de branco, o branco que deixou a pureza lá... Atrás... Em dois mil... Algures num século onde nada de estranhamente anormal aconteceu...
Enfrento os primeiros raios de sol com dificuldade, tento fechar os olhos... Procuro o vago, vagamente vazio... Enfrento os primeiros obstáculos de mais um ano, degraus, uma voz mais alta, primeira ressaca, a antipatia que vem do outro século...
Enfim tudo continua igual, a arvore que tem o fim na estrela, ou não, diz adeus... o mar vai continuando a recuar, impedindo-me de o tocar, a areia continua dura, a caixa que Pandora já guardou volta a abrir, agarro a esperança por breves instantes...O flash do horizonte cega-me, penso em voltar a tentar conquista-lo... ao mar...
Fumaça em vidro opaco, sonhos em coração frágil, vida em céu aberto, objectos imovéis continuam imovéis, resignação perante a estagnação amovivel de uma rainha que ainda não o é... Pensamentos que voam ao ritmo das fumaças em vidro... Opaco... Claro... Crianças felizes com o toque na gélida areia torrada de neve, tremeliques matinalmente anuais... Preto da tinta, Azul do mar, amarelo do horizonte, verde da não esperança... Branco da falta que me fazes... Saudades em tons de vermelho solar... Pinturas difíceis de entender, vida demasiado complicada de viver...
Pedrogão 01/01/2006
2 comentários:
E vem o Inverno... a sombra a ecoar os dias.. Poético demais para insensíveis...
*
Ano novo...
Vida nova...
Pró ano é que é...
É o meu último cigarro...
5... 4... 3... 2... 1...
hurray... yupiiiiii...
Amanhã tenho que ir trabalhar...
f$%&-se só tenho um cigarro...
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