sexta-feira, novembro 10, 2006

We come from the ocean

A construção do imaginável na claustrofobia da memória puxa-me para perto da janela agora já sem luz, café só, comigo, sem mim, sem pressas, algures no som árabe da fumaça do café já frio.
A variedade dos tons de noite em fim de tarde ainda me confunde, recupero o ar puro apagando-o contra o chão, piso a ponta tentando reconverter o todo.
Aqui sempre aqui, sem lá ou dó, apenas em si, tentaviva introspectiva de voltar a ser, a procura de mim algures ai, sempre neles, o querer confuso do talvez, mais uma tentativa para mudar o disco, preso, muito preso na agulha do tempo que balança sem se soltar.
Preciso de continuar a não precisar, a plenitude do não ser, tentando o não ter, correndo apenas ao lado, para a frente, quebrando em várias, a memória, o passado, recolando-os, tentando construindo o futuro, passando a margem da saudade na pureza do desejo.
Voando de asas bem fechadas tendo o mar como chão, circulando e voltando onde começou, a procura apenas de mais um café frio ainda com luz solar na esperança de ser invadido por uma luz forte que me tente a ser...
Tarde, noite, confusão, distorção, calma da solidão, gestos afáveis, não meus... Distantes, a inocência corrompida, a última imagem distorcida em forma de perfeição, mas sempre presente no passado secular de uma nova vida... Hoje mais um dia, amanhã mais uma noite, sempre no crepúsculo da tarde, a maré cheia, vaga, noite ainda sem lua, tarde já sem sol, eu ainda e sempre aqui... Esperando calmamente a vontade de voltar a casa...

3 comentários:

Unknown disse...

Olha quem caiu aqui de parachutes...
E eu que pensava que tinha sido given to fly...
Big wave pouca uva...

Cinza disse...

Mas chegar lá nem sempre é possível... (mais e melhorando - textos últimos lindíssimos!)

Um beijo

Miss u

Unknown disse...

PARABÉNS PUTO !